Não, hoje eu não vou

Hoje eu não vou, porque eu te quis dias antes e você não se importou.

Quantas vezes puxei assunto e você ignorou? Sim, por puro capricho. Não me diga que não tem tempo porque o seu se divide em até quatro aparelhos.

Ser raso é charme, joguinho de sedução? Não me instiga, não me atrai, não me faz ficar no seu pé. Me faz decepcionada, querer me afastar, porque sei que mereço mais. Muito mais! E porque não era assim que eu te imaginava.

Hoje eu não vou, porque o corpo fala e se não há conversa, se não há amizade, como o corpo se expressa em um momento de intimidade?

Momentos assim são fáceis de se ter! Alguns costumam pagar por isso, outros se divertem sozinhos.

Hoje eu não vou, porque logo de cara você me disse tudo o que não gostava, mas não se preocupou em me perguntar o que me agradava.

Sempre tão focado em si mesmo, não notou o quanto sou incrível e muito diferente de todas que já conheceu.

Hoje eu não vou, porque embora eu não seja famosa, da minha vida eu sou a única estrela protagonista.

Triste grande amor

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Ele a ama, ela o ama.

Em algum momento faltou ele, faltou ela, faltou a palavra e a conversa.

Frustrado, ele partiu. Ela chorou, mas quis se reerguer, afinal, é uma guerreira. Ficou com quem não queria para provar a si mesma que ainda era linda. Ele soube e entendeu como uma decisão dela. Rejeitado, foi para o mundão: bebidas, amigos, mulheres e curtição. Tudo registrado na sociedade virtual. Ela entendeu como “ele já me esqueceu”.

Ela sente falta dele enquanto se envolve com caras legais e gentis que não têm nada a perder por estarem com ela, porque ela é inteligente e linda.

Ele sente falta dela enquanto finge se divertir: joga, bebe, fuma, dança, canta e fica com garotas que o lembrem da aparência dela.

Ele a ama, ela o ama, mas o cérebro deles não sabe o que é felicidade, então os boicotam para que tomem ações que os façam sofrer. O sofrimento é a zona de conforto mental deles dois. Passaram por tantos problemas juntos que nem se imaginam sem as “agradáveis complicações”.

Enquanto isso, o tempo não espera. Os segundos correm e se tornam minutos, que se tornam horas, que se tornam dias, que se tornam anos, que se tornam em uma vida.

Uma vida em que ele e ela poderiam estar juntos, amarem um ao outro, serem felizes. Uma vida que vai ter um fim, com a morte dela, com a morte dele.

Que Deus nos livre e nos proteja de, ainda que em outras vidas, esbarrar com ela ou de esbarrar com ele! Amém.

Você nunca vai me ouvir dizer

Eu nem queria conversar, você se lembra? Porém, logo de cara, descobrimos que nenhum de nós dois queríamos algo sério. E eu, analisando seu passado comigo mesma, decidi que você era confuso e bagunçado, que não queria alguém como você na minha vida…, mas você foi embora.

Foi embora sem que eu pudesse me despedir. Foi embora sem me dar a chance de te provar e decidir se eu te queria para mim.

Foi embora enquanto te vi de costas, indo ao encontro de quem algum dia te fez sorrir. E eu fiquei aqui, tentando lembrar das poucas vezes em que consegui tirar sua atenção da tela do celular e arrancar um riso de ti.

Falei que não queria ser sua boia de salvação, e embora tenha me afirmado que não fui, me parece que eu fui sim. Refúgio para algumas horas, dias ou até semanas ruins. Posso contar, foram seis.

O que são seis semanas perto do que foram seis anos. O que é alguém que te deu momentos de risadas perto de alguém que só por não estar perto, sua saúde e o seu psicológico abala?

Você nunca vai me ouvir dizer que isso doeu muito. Eu não me lembro da primeira nem da última vez em que senti vontade de chorar enquanto tive que sorrir e desejar sorte.

Você nunca vai me ouvir dizer que realmente fiquei feliz por reatarem, mas que segurei um nó na minha garganta e a vontade de chorar ao escutar cada palavra.

Nunca vai me ouvir dizer que me senti uma idiota porque sei que não sou nada em comparação com o seu passado.

Porque sei que não há motivos para eu ficar triste, muito menos para eu sentir raiva! Você foi amigo desde o início. Me deu explicação quando eu não pedi e satisfação quando não era obrigado a nada.

E mesmo que o fim tivesse sido diferente, já tínhamos nos prometido não prometer nada. Eu só não entendo o porquê dessas minhas lágrimas.

Sinto raiva de mim porque quando me perguntou, sem jeito, se eu estava apaixonada, prontamente e categoricamente respondi que não. Te desdenhei. Te fiz se sentir mal de graça.

Naquele momento, eu só estava dizendo coisas nas quais eu mesma devia me apegar! Eu só queria acreditar nos meus argumentos racionais e me afastar. Minha razão já sabia que meu sentimento era de paixão e pior!… Por um cara que estava em outra dimensão.

Dizem que todo e qualquer relacionamento na nossa vida serve de lição, por mais breve que seja.

Mas você nunca vai me ouvir dizer que me ensinou a manter distância de quem está com o coração machucado, porque o próximo a se ferir, pode ser o meu.

Coisas nada a ver

Estou com dó de você. Eu acho que você tem feito umas coisas nada a ver porque não está bem. Há muita mágoa, muita ferida! Existe um mundo de coisas mal resolvidas.

Não está bem por causa do que os outros fizeram a você. Mas as atitudes que tem tomado agora só tem a ver com você, atingem e afetam apenas você. Pra quê se machucar tanto?

Eu quero ajudar. Todos querem. Acho que já deu para reparar.

Quando perceber que fez um monte de coisas nada a ver, vai se arrepender! Vai querer voltar atrás. E vai perceber que se prejudicou e que não foi por causa dos seus próprios erros. Porque todas essas coisas nada a ver que tem feito, não tem nada a ver com você.

Fim

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PEXELS: Photo by Garon Piceli

Eu me lembro até hoje do quanto eu sofri quando li aquilo. Meu peito ficou apertado como se eu tivesse recebido uma facada. Instantaneamente, parei de escutar o som do ambiente à minha volta. Imobilizada, eu não conseguia respirar, minha garganta ficou fechada. Por fim, tive que me conter para que as lágrimas que encheram os meus olhos não se espalhassem rosto afora.

Como ler aquelas palavras me doeu! O problema era eu? Claro que era. Porque para mim, tudo não passava de desculpas. Desculpas esfarrapadas para um fim. Apenas para não continuar comigo. Então por que ficou comigo? Por que me beijou, me abraçou, mandou mensagem, disse que sentiu minha falta? Por quê?!

Hoje, percebi que agi exatamente da mesma forma!!!

Sou apenas dois anos mais nova do que ele era quando me disse todas aquelas coisas, há seis anos, e hoje tudo faz sentido para mim.

E eu apenas disse coisas que realmente estão acontecendo. Expus sentimentos que eu sinto e falei tudo o que penso. Mas como isso pode ter sido tão igual? Essa situação me faz sofrer, não é fácil para mim. Eu queria que tudo fosse diferente. Eu realmente queria! Afinal, é bem mais fácil ser simplesmente feliz.

Deus, não quero que alguém sofra como eu sofri! Não quero magoar quem já se preocupou em me fazer sorrir. Porém, o que posso fazer? O que posso mudar agora? Nada. Tudo o que me cabe mudar depende de espaço. Espaço para crescimento e espaço de tempo.

O primeiro passo

Eu já fiz aulas de danças. Dentre elas, aprendi uma lambada nada fácil, por ser muito sensual.

Esse tipo de dança exige entrega, caras e bocas, sedução e charme nos movimentos. Ou seja, não tem jeito, tem que se entregar de corpo, mente e alma!

O segredo é simplesmente esse, se entregar. Quando você faz isso, tudo flui. E daí, quando você vê está dançando lindamente.

Dar o primeiro passo nunca é fácil, mas se você não fizer isso, nunca sairá do lugar. E digo isso em todos os sentido da vida.

Já aconteceu de, em bailes, eu convidar os cavalheiros mais cobiçados da noite para dançar comigo. Por quê? Porque eu queria me dar a chance.

Eu já tinha feito as aulas, eu já tinha treinado, praticado, eu estava pronta. Agora, eu só precisava aproveitar, colher o prazer daquilo que eu tinha aprendido. E eu estava ali, naquele ambiente, para isso.

Todas as danças em que convidei os rapazes para dançar, foram maravilhosas, inesquecíveis e eu nunca me arrependi de ter tomado a iniciativa.

Aplicando essa lógica na vida, falando de relacionamentos, sempre alguém precisa dar o primeiro passo.

Por mais que ambos queiram, se um não se mexe, o outro, por não ter certeza, também não sai do lugar. E daí, nada acontece.

Eu fui ensinada a não me aproximar, de NINGUÉM, com interesse romântico, caso eu não acreditasse que houvessem chances para um relacionamento sério. Isso, para não magoar alguém.  É aquele famoso princípio de tratar o próximo como trataria a si mesmo.

Ok, gosto desse ensinamento. No mesmo mundo, onde o aprendi, a prática dele torna a convivência muito boa e justa. Funciona perfeitamente.

Já em outro contexto, na vida nua e crua, aplico esse principio só por uma questão de consciência, querendo violá-lo, muitas vezes. Já falei disso aqui.

Sinto que enquanto estou por aí, tratando as pessoas como eu gostaria de ser tratada, elas estão “cagando” para isso. Cada um vive tentando ser o mais egoísta que pode, buscando o máximo de benefícios pessoais que consegue. Com muito custo, notei que essa é a realidade da vida.

Enfim, durante muito tempo, ouviu-se que os homens não prestavam, que não tinham caráter, que enganavam e iludiam as mulheres… Eu me pergunto em que contexto isso acontecia.

Imagino que como só eles davam o primeiro passo, se voltassem atrás, eram vistos como malfeitores. Como se quem tivesse a iniciativa, não pudesse de forma alguma vir a mudar de opinião. Isso não é justo. Inclusive, é assustador!

Já aconteceu de eu me mostrar interessada por um rapaz, que conheci no ambiente de trabalho, em um dos meus primeiros empregos, e a gente chegou a sair, uma vez. Fomos ao shopping passear e nos beijamos. Foi só isso!

Após essa aproximação, que tornou nossa convivência diária mais íntima, pude enxergar como ele realmente era. Enxerguei tanto, que aquele cara que fez eu me sentir atraída por ele, deixou de existir.

Eu não poderia mais voltar atrás? Teria que seguir com ele, sendo que, desde aquele início, eu já estava vendo que não daríamos certo?

Bom, sem sombra de dúvidas, eu interrompi qualquer relacionamento ou compromisso que estivesse para nascer entre nós. Simplesmente, não dava!

Ele ficou mal, disse que eu iludi ele, já que foi eu que demonstrei estar interessada nele, e chorou. Ele disse que eu era como todas as outras, que eu não prestava.

Preciso dizer que isso me matou? Acho que depois, sozinha, chorei 200, 300 ou 400 vezes mais do que ele.

Isso importaria para ele? Não. Ele estava magoado e nada do que eu falasse consertaria o fato de eu ter sido a pessoa que deu o primeiro passo.

Como ele mesmo me questionou: “Por que se aproximou se sabia que não queria nada?”. Aí é que está a questão: eu não sabia! Eu não tinha como saber.

Talvez o erro tenha sido eu ter me aproximado sem conhecer ele “tão bem”. E é possível conhecer “tão bem” sem se aproximar?

Até casais dizem que só se conheceram no momento do divórcio, sendo que conviveram debaixo do mesmo teto durante anos.

Sério, não sei o que pensar.

Só acho que não é justo que a culpa sempre caia naquele que teve coragem de se aproximar, de ter dado o primeiro passo.

Se nem a vida aqui é eterna, por que qualquer outra coisa teria que ser? Por que nossos anseios e vontades não podem ser diferentes do que imaginamos há um mês, seis, nove… há um ano ou mais?

Vou viver tentando entender.

Paz

Sabe o que é paz?

É bloquear as notificações de todos os APPs do seu celular e olhá-las apenas no tempo que você reservou para elas, ao contrário de olhá-las imediatamente, assim que as receber.

Se tornar protagonista do seu próprio tempo é a melhor maneira de se sentir satisfeito, eficiente e produtivo. Afinal, por vezes falamos e falamos, escrevemos e escrevemos, e o que dizemos? Muitas vezes, nada.

Não seja ansioso! Se economize. Se poupe. Tenha paz e não se zangue com o seu amiguinho por ele buscar isso, porque no final, o mais importante é manter a amizade e ela precisa de paz, também.

A amizade só precisa saber que o outro lado está lá, bem.

E em casos urgentes para a amizade, como por exemplo “o bafão das amigas”, um telefonema é sempre bem recebido e atendido.

Apaixonada?

Que aflição. Que ansiedade!

Eu rodo em minha cama e não encontro uma posição.
Cada vez que fecho os meus olhos para me obrigar a dormir, tento não me lembrar do seu beijo, daquela gostosa sensação.
Apenas relembrar nossos lábios colados,
Acelera minha respiração e me dá um negócio por dentro, alguma coisa que faz meu corpo inteiro estremecer.

Como eu posso ser capaz de abraçar o meu travesseiro e não desejar que ele seja você?
Quando te abracei, foi tão rápido.
Queria que a Terra tivesse parado para que eu pudesse ficar ali, só por mais alguns segundos.
Eu estava tão perto de você!

E a sua voz? Ainda a escuto em minha mente.
O pelo do meu braço ainda se arrepia,
da mesma forma que se arrepiou quando te ouvi falar pela primeira vez.

Sinto falta de olhar o seu sorriso,
De te ver caminhando rápido,
Sempre ocupado,
Para lá e para cá.

Tão gentil, tão fofo, feliz, curioso, sério e lindo.
Como um anjo? Um príncipe? Um menino? Não.
Como um homem inteligente e de princípios.

Eu não quero criar expectativas, nunca quis.
Eu só almejo ser feliz.
Que tal com um cara por quem eu tenha respeito, desejo e admiração?
Poderia eu ser a mulher capaz de preencher o seu coração?

Eu não sei! O que eu sinto diz que sim. Diz que eu não devo me impedir.

Oração

Meu Deus, está tudo estranho, está tudo muito esquisito! É como se cada pessoa fosse um risco, um obstáculo, um perigo.

Será que devo olhar em volta, ficar alerta, ficar tensa, como se a vida fosse um jogo? Ou posso seguir sorrindo? Posso ser eu mesma, educada, gentil, calada, empática? Ou tenho que me fazer de falsa, falar quando eu deveria ficar calada, lamber quando eu sinto vontade de morder e sorrir e acenar enquanto eu queria gritar e mandar ir se lascar?

Não gosto de ser arrogante, odeio gente egoísta, mas parece que é esse o tipo de comportamento que o mundo aprecia. Por que eu deveria ser o que não sou? Por causa de algo que não sei o que é, nem para o que é? Qual é a necessidade de tudo isso?

Não basta que cada um seja o que se propõe a ser, ou que seja o que é capaz de ser? É disso que o mundo precisa, que cada um faça sua parte. Sim, simples assim e apenas isso. Me atento, busco cuidar das minhas responsabilidades, obrigações, me aproximar de gente que gosto e que me faz bem. Do resto, eu me desligo. Convivo, claro, mas sempre que posso, abstraio. Oro.

Está difícil

Que confusão! Está difícil acreditar que você viveu este circo. Aonde você estava com a sua cabeça quando se permitiu passar por tudo isso?

Meu coração está doendo, está apertado, reprimido, atordoado.
Meu cérebro não para, meus pensamentos se agitam, minha imaginação revive tudo. Para cada cena eu daria um grito.

É a atração pela desgraça, seguindo o caminho da atitude impensada.
Não sei de mais nada. Será que você é bom? Será o mal?
Que Deus me faça esquecer! Que Ele ajude vocês dois para que todos nós possamos viver em paz.