Vai lá e se mata, vai!

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Hoje eu mandei alguém morrer. Simples assim: “Vai lá e se mata, vai!’.

E foi no sentido literal mesmo de vida/morte, porque hoje eu sei o que é, o que representa, a dor que causa. Eu sei o que muda na gente. E sabendo de tudo isso, eu fui sincera ao desejar que quem estivesse falando comigo morresse.

Pena que, muito provavelmente, não se tratava de uma pessoa, mas sim de um sistema robotizado de mensagens, mas ok! Expressei meus sentimentos.

Acontece que hoje de manhã, recebi um alerta do aplicativo da corretora de investimentos Rico, informando que não realizam atendimentos via WhatsApp e que caso alguém tentasse contato em nome deles, provavelmente seria tentativa de golpe e roubo de dados. Não deu outra! Umas três horas depois, no início da tarde, entraram em contato. Uma mensagem impecável! Foto de perfil com o logo da empresa, conta comercial e tudo mais.

A raiva me subiu no mesmo instante. Me senti tão vulnerável. Eu sabia exatamente o que estava acontecendo ali. Mas eu só tinha essa certeza porque havia recebido uma notificação no cabeçalho do meu celular horas antes. E se eu não tivesse recebido a notificação? E se eu só tivesse limpado a tela e não lido, como costumo fazer? Além do mais, me questionei como é possível que pessoas de má índole estejam tão equipadas a ponto de saberem quem tem conta na corretora X, Y, Z? Como e por que elas têm acesso aos números de telefones dos clientes? Não estamos falando de gente passando fome, pedindo dinheiro para comer, sabe? É de gente se esforçando demais, com uma inteligência de ponta, para limpar a graninha mínima que você se esforçou para guardar com tanto custo, com tanta renúncia de coisas que poderia ter feito, comprado… Está tudo errado! É revoltante.

Após a mensagem “envie um ‘Oi’ para iniciar uma conversa…”, eu só consegui responder:

“Faz um favor para você e para o mundo? Se mata!”

Fico triste que eu tenha chegado ao ponto de conscientemente ter desejado a morte de alguém. Mas em um caso desses, se eu não desejar a extinção dessas pessoas, muito provável eu tenha passado a desejar a minha própria, por preguiça do mundo.