Mais que um momento

Photo by Pexels

A princípio, eu não acreditei que você fosse real. Mesmo após te ver, imaginei que pudesse ser alguém se passando pelo “real você”. Mas eu não estava nem aí, aliás, eu ainda estava sofrendo muito por uma desilusão amorosa. Uma paixão que me moveu em direção a sentimentos que relutei por “uma vida inteira”.

A queda ainda doía, então fui procurar alento em outros braços. Por isso, concluí que se aquela pessoa não fosse você, mas alguém fisicamente parecido, já valeria a pena. Me interessei pelo “fake” pela simples criatividade dele em te imitar.

Ingênua que sempre fui, nunca tinha imaginado ir logo de cara à casa de um “estranho”. Quer fosse ele quem fosse! No entanto, logo depois de te perguntar para onde estava me levando, me vi pensando: “Ok, somos adultos, bora seguir o fluxo e viver!”.

No final daquela noite, ainda lembro de você me perguntar “o que houve?”, tentando entender meu passado e meu “estado intocável”. Eu segurei a vontade que me veio de chorar ao responder: “nada demais, ele e eu não demos muito certo”.

Naquele dia, o correto seria eu ter saído do nosso encontro em êxtase, eu acho. Mas não, eu estava normal. Ainda tinha sentimentos por outro, mágoa. Não me senti nem um pouco culpada porque você também havia me dito que há poucos dias tinha saído de um relacionamento sério. E já que ninguém esquece alguém tão rápido, de forma repentina eu havia claramente entendido nossos papéis naquele encontro. O que me deixou bem confortável!

Papo vem, papo vai, mais algumas vezes juntos, um encontro péssimo e ficamos sem nos falar. Indignada e com saudade, ainda tentei contato por mais uma vez. Queria me desculpar, queria que ficasse tudo bem e que não deixássemos de nos falar mesmo depois daquele dia horroroso.

Para a minha surpresa, foi aí que percebi sua indiferença, senti que pra você tanto faz. Entendi que se eu não “me esforçasse” para falar com você, você também não falaria comigo.

Tudo bem. Vou seguir meu caminho tentando não me frustrar, não me culpar. Porque sei que viver é aproveitar momentos e seguir adiante apenas com as pessoas que são relevantes para as nossas vidas. Logo, foge do meu controle prever se irei ou não passar de um momento para alguém.